Sunday, August 13, 2006

Are you Happy? What makes you happy?



Na sexta-feira estava ouvindo a CBN e eles comentavam sobre uma pesquisa realizada nos Estados Unidos sobre o que compra felicidade. Aí era mencionado que carro luxuoso não compra felicidade, uma vez que as despesas e preocupações com segurança acabavam inibindo suposto prazer. Outra falácia é o barco. Muita gente sonha em ter um barco e velejar o mundo, mas a verdade é que as despesas são inversamente proporcionais à quantidade de oportunidades de passeio. Outro fato [óbvio] da pesquisa é que as pessoas trabalham cada vez mais para ter mais dinheiro, e assim poder comprar mais... "felicidade". Acontece que não sobra nem tempo para gastar dinheiro. Então mais itens despontam: cartão de crédito traz INfelicidade, a maioria das pessoas não tem auto-controle para evitar dívidas, compra bens caros e acaba não usufruindo ou não tem como pagar um cinema ou um teatro, por causa das prestações. Enfim, a pesquisa, que infelizmente não consegui encontrar nem com ajuda do onisciente, demonstra que TER um monte de coisas não traz felicidade e sim poder FAZER um monte de coisas. ´
Agora, isso até faz bastante sentido. Comprar uma TV de plasma pode não trazer felicidade se você não puder assistir um monte de filmes bacanas com amigos queridos. O carro luxuoso também não trará felicidade se você precisar contratar 3 gorilas e ainda comprar um Palio para eles o escoltarem. Ah, sim, na lista das coisas que fazem as pessoas felizes estão incluídos souvenirs - canecas, camisetas, até miniatura da torre Eiffel serve - tudo isso representa algo que foi FEITO.

Mas aí vem a pergunta: e quem não pode fazer essas coisas, não é feliz? Vixe, então melhor construir cemitérios porque o índice de suicídios irá subir como foguete. Imagine quantas pessoas sonham em conhecer o Egito [inclusive eu], Europa, Nepal... ou até mesmo o joãozinho-de-onde-judas-perdeu-as-botas que nunca foi a praia?
Acho que as pessoas já evoluíram muito, desde o consumismo desenfreado [que ainda vivemos] ao ponto que há uma certa consciência de que não é o que temos que deve nos fazer feliz, e sim o que fazemos. Ainda sim, há um longo caminho de frustrações a ser seguido. Como? Por que? Ora, minha premissa básica é muito simples: as pessoas querem as coisas erradas. Independente de termos ou fazermos, nossas escolhas são erradas. "Quero viajar para a Lua e serei feliz." Bom, isso não é impossível, mas também não é fácil. E cada um lida com a frustração de um jeito. Por que então, SEMPRE escolhemos o difícil? Quantas vezes ouvi a frase, "bom é quando é difícil". MENTIRA!! Bom mesmo é quando é fácil. E fato comprovado, quase tudo que é difícil não vale a pena. Pense nos namorados que seu pai odiava, e namoradas que sua mãe reprovava. Pense nas matérias estúpidas da escola, e nos dramas pseudo-não-insignificantes da adolescência. Eta vida EMO! Tudo difícil! E nada valeu a pena... hahaha...
Mas então, o que me faz feliz?
Uma vez, conversando com o outro colaborador deste blog, perguntei, "O que te faz feliz?", e a resposta foi, "ah, muitas coisas, minha família, meus amigos, etc.". Eu, "então, se você não tivesse família nem amigos seria infeliz?".
...
O que me faz feliz sou eu. Eu nunca irei me decepcionar [se bem que às vezes duvido do que faço], eu nunca irei me trair [na pior das hipóteses faço um ménage com meu alter-ego], eu nunca irei me abandonar [às vezes só me esqueço]. Se eu não tiver dinheiro ou ficar doente, eu nunca vou fugir com alguém mais novo, mais rico, mais famoso. Logo, meu melhor amigo sempre será eu mesmo.
Ah! Quão distante a utopia Thoreausiana de morar do lado do lago¹.

"I went to the woods because I wanted to live deliberately, I wanted to live deep and suck out all the marrow of life, To put to rout all that was not life and not when I had come to die Discover that I had not lived."

Mais tangível, futebol, sexo e eleições, tudo que nos rodeia, somos ou queremos ser... mas ser ou não ser já é outra questão².

Nota:
¹Walden, Thoreau and the Environment.
²Domingo - Dia Oficial para pensar sobre aquilo que não queremos fazer nos outros 6 dias de trabalho.

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